13 outubro 2010

Enxoval enxuto

Assim que descobrimos a gravidez, aquela avalanche de dúvidas baixou por aqui. Como dar conta de enfiar todas as necessidades de um bebê num orçamento tão apertado como o nosso?
Ainda mais que depois de engravidar, calhou de não pintar nenhum projeto grande para fazer, então não ganhei dinheiro de verdade desde então.

Mas não ia ser isso que ia tirar meu sono. Guardei a grana que tinha para pagar as consultas do pré-natal e o parto.

Não sou de querer mundos e fundos, aliás, tenho cada dia mais me preocupado com o meu consumo e querendo menos coisas para mim e para minha casa. Claro que morro de amores por coisinhas fofas, design bacanudo, charme em forma de coisas, mas não compro. Se eu não precisar, não compro e ponto.

Aí que "precisar", quando você não tem dinheiro, ganha toda uma outra perspectiva. É nessa hora que você vê realmente o que precisa de verdade e o que não passa de um ímpeto consumista. E isso é muito bom de perceber.

O bebê não teve enxoval preparado, e até agora compramos pouquíssimas coisas para ele. Herdamos de outros bebês um monte de coisas e ganhamos outras tantas.

Ele também não teve um quartinho preparado especialmente. Quer dizer, o preparado especialmente rolou, num rolou foi o quartinho... A gente mora num apartamento pequeno, de quarto e sala. Até tem uma dependência de empregada, que foi anexada à sala pelo proprietário. Eu usava este espaço como escritório e decidimos transformar ele em "quarto do bebê". Dei uma bela geral nas minhas coisas, joguei muita coisa acumulada fora, doei livros e discos e desmontei meu 'escritório', que hoje ocupa um contêiner plástico e mora junto do sofá. Minha mesa virou trocador e recebeu um belíssimo acolchoado de Arca de Noé,  feito por vovó Patrícia. O armário era da pequena Júlia e estava conosco sabe-se lá por quê. A poltrona de amamentação tem uns 30 anos (no mínimo), linda e antiguinha, era da melhor amiga da minha mãe (que tem filhas que desprezaram essa preciosidade) e eu ganhei! Reformei, fiz uma capa e tá novinha em folha. Herdamos um berço de camping e resolvemos usar até onde desse e só comprar um de madeira se fosse preciso. Herdamos também a banheira, um cadeirão de alimentação, slings, canguru e várias roupas. Só gastamos dinheiro com o carrinho. Compramos um bom carrinho, de fechamento guarda-chuva e que aguentasse o tranco.

Não fizemos decoração, não fizemos lembrancinhas, não fizemos arranjo de porta nem nada.

Também não comprei nada de roupa de grávida. Usei algumas peças emprestadas mas o basicão mesmo, foi com as minhas próprias roupas. Entre gastar fortunas para fazer um enxoval gravídico e esgarçar minhas roupas para depois ter que comprar novas peças, preferi a segunda opção. Se tudo ficasse frouxo e folote, era melhor comprar roupas não-grávidas que além de mais baratas, seriam usadas por mais tempo. No final da gravidez eu tinha só umas 4 mudas de roupa que cabiam e vivia com elas. Resultado: as roupas não estragaram, continuam servindo e eu continuo usando!

No final das contas economizamos uma bela grana e não nos rendemos ao consumo desenfreado que normalmente envolve a chegada de um bebê, o que não combina com a nossa família mesmo. Continuemos assim!


4 comentários:

julisboa disse...

ah, amiga, eu te entendo tantíssimo...
=)

Malu disse...

é issaê, julis... relaxa que tudo dá tudo certo!

Eu nem quis comprar roupinhas e outras coisas porque não fazia idéia de como seria o bebê... grande, pequeno, magrelo... achei melhor ver qual era a do pequeno pra depois providenciar qualquer coisa.

Beijo!

Anônimo disse...

Malu,

É isso aí.
:)
Eu estou observando tudo prá aprender para um futuro próximo, heheheh.
Adorei!
Beijo,
Erika

Malu Allen disse...

Obaaaaa!!
Massa Érika, quero mais é ver bebês da galera pra juntar a molecada do rock!

Beijos!